Kassab se afasta de Bolsonaro mirando 2022

Kassab se afasta de Bolsonaro mirando 2022
Foto: Divulgação

Wednesday, 18 November 2020

Com os resultados das últimas eleições, que demonstram quanto o bolsonarismo despencou, partidos de Centro voltam a ter protagonismo e começam a se distanciar do presidente.

O PSD recebeu 10,6 milhões de votos no primeiro turno da eleição municipal de 2020. Ficou em terceiro lugar no ranking dos mais votados. Animado com o desempenho, Gilberto Kassab, presidente da legenda, evita comprometer-se com o apoio à reeleição de Jair Bolsonaro. Afirma que o PSD cogita lançar sua própria candidatura presidencial em 2022.

"Não há partido que tenha o respeito do eleitor se não deixar claro que o objetivo será sempre apresentar, em todas as eleições, candidaturas majoritárias", disse Kassab à coluna. "Não será diferente em 2022 —para governador e presidente da República." E quanto aos nomes? Kassab citou três: os senadores Antonio Anastasia (MG) e Otto Alencar (BA), além do governador Ratinho Júnior, do Paraná.

Kassab evitou comprometer-se com o apoio à reeleição de Jair Bolsonaro. Esquivou-se também de analisar alternativas como o governador paulista João Doria, o ex-ministro Sergio Moro e o apresentador Luciano Huck. "Por coerência, tenho que me concentrar no projeto próprio. Não vamos analisar nesse momento nenhum projeto de aliança."

Em número de prefeitos, o PSD subiu de 540 para 636. Está na cola do PP, principal legenda do centrão, que entrou na eleição com 498 prefeituras e já coleciona 648. As duas legendas ficam atrás apenas do MDB, que elegeu 750 prefeitos. A diferença é que o MDB, que controlava 1.049 prefeituras, perde densidade enquanto PP e PSD ganham musculatura.

Kassab concordou com o raciocínio segundo o qual Bolsonaro saiu do processo eleitoral com o semblante de perdedor. Mencionou o caso da capital paulista: "Em São Paulo, apoiou o Celso Russomanno, que derreteu. Portanto, o Bolsonaro perdeu."

O PSD reelegeu dois prefeitos de capital no primeiro turno: Marquinhos Trad, em Campo Grande (MS); e Alexandre Kalil, em Belo Horizonte (MG). Ambos integram o que Bolsonaro chama de "turma do fique em casa".

"O presidente da República transmitiu para o brasileiro uma falta de preocupação com a pandemia", declarou Kassab. "Isso não ajuda. Aconteceu o mesmo também com Donald Trump, nos Estados Unidos.


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Redação

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