Em meio à inflação, presidente zera imposto sobre armas

Em meio à inflação, presidente zera imposto sobre armas
Foto: Divulgação

Thursday, 10 December 2020

Vivendo em um mundo que não existe, o presidente Bolsonaro isenta armas importadas de imposto enquanto os preços de remédios e cesta básica registram altas históricas.

Qualquer um que vá a um supermercado é capaz de perceber – e se indignar com – o aumento absurdo de preços desde o óleo de cozinha até o arroz. É a maior alta desde o início do plano real e quem sofre é a população, que não é mantida pelos altos impostos que paga.

Mas o presidente da República, Jair Bolsonaro, parece ignorar isso. No mundinho feliz onde ele vive – o Brasil ‘dele’, onde a corrupção ‘acabou’ – a única coisa que importa são os joguetes políticos mirando sua improvável reeleição em 2022. Um presidente impopular, insensível, incompetente e nitidamente incapaz de perceber sua própria queda iminente.

Após sua última traição, a demissão do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (que era um amigo muito próximo de toda a família Bolsonaro a quem o presidente não pensou duas vezes antes de apunhalar pelas costas, como é sua prática fazer), o homem que minimiza a pandemia que mata milhares de brasileiros por dia criou uma nova cortina de fumaça.

Com o Brasil batendo recordes na importação de armas de fogo, o presidente – maior estelionatário eleitoral da História do Brasil – resolveu zerar os impostos sobre revólveres e pistolas importados. A taxa era de 20% e tinha relevância na arrecadação pública.

A medida foi tomada com a mesma incompetência de todas as medidas que ele tomou até agora e estão afundando o país: sem nenhum tipo de estudo de impacto.

Ao zerar os impostos sobre importação de armas de fogo, o homem que conseguiu ter uma taxa de reprovação maior que Dilma Rousseff incorre no risco de onerar outros setores da Economia, como Saúde, cesta básica, Educação e outras áreas muito mais relevantes.

Traduzindo: para agradar meia dúzia de eleitores que fazem um forte lobby pelo armamento, o presidente assume o risco de você ter que pagar muito mais caro quando precisar fazer compras no supermercado, quando ficar doente necessitando comprar remédios, colocar gasolina no seu carro e tantos outros setores que vão ter que arcar com essa isenção.

Talvez, na ‘Terra do Nunca’ que parece existir na cabeça aparentemente oca do presidente, isso seja desimportante. Até porque ele acha que vai se reeleger em 2022.

O desarmamento no Brasil foi uma medida errada e arbitrária feita pelo governo Lula e que desrespeitou o desejo do povo expresso em um plebiscito. Isso é fato e seria necessário um alta grau de alienação para não perceber. Mesmo grau que o presidente tem ao, em meio a uma inflação recorde em muito tempo, priorizar armas a comida e remédios. E estamos em uma pandemia.


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Ricardo Latorre

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