Jovino instaura CPI para investigar Odebrecht

Jovino instaura CPI para investigar Odebrecht
Foto: Reprodução

Friday, 05 May 2017

O intuito da CPI é entender até que ponto as denúncias apresentadas por delatores na Operação Lava-Jato foram verdadeiros e isso, certamente, beneficia a cidade.

Desde o mês passado o vereador Jovino Cardoso (PSD) tem buscado apoio para viabilizar a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com relação à ligação entre Samae e Odebrecht Ambiental por conta da contratação pelo município da antiga Foz do Brasil.

Quando os nomes de Ana Paula Lima (PT), Dalírio Beber (PSDB), Décio Lima (PT), Jean Kuhlmann (PSD) e Napoleão Bernardes (PSDB) foram citados por ex-diretores da Odebrecht em acordo de delação premiada durante a Operação Lava-Jato, surgiram planilhas que indicavam que ‘sócios anônimos’ poderiam também ter sido beneficiados.

Proposto e assinado pelos vereadores Adriano Pereira (PT), Alexandre Caminha (PROS), Bruno Cunha (PSB), Ito de Souza (PR), Professor Gilson (PSD) e Ricardo Alba (PP) – além do próprio Jovino – o documento está embasado em problemas que o Tribunal de Contas do Estado (TCE) havia encontrado na época da assinatura do contrato entre Foz e prefeitura de Blumenau.

Ao final o documento havia sido assinado por todos os parlamentares. Sylvio Zimmermann (PSDB), líder do governo na Câmara, afirmou que o prefeito havia pedido para que a base aliada também assinasse em favor da CPI para esclarecer que não houve ilegalidades em seu governo.

Com ampla maioria no Legislativo, a prefeitura pode ter votos o suficiente para definir elementos fundamentais para a CPI, como relator e até o presidente, o que poderia, por ventura, ajudar a diminuir o estrago político que a denúncia fez.

O fato é que uma denúncia foi feita e enquanto a Polícia Federal continua a investigação em Brasília sobre todas as centenas de nomes envolvidos neste imbróglio é fundamental que autoridades locais – como os vereadores – comecem suas próprias buscas pela verdade considerando a riqueza de detalhes das delações e o amplo direito à defesa dos envolvidos.

Com isso Blumenau ganha. Ganha se mostrar a culpa dos denunciados e, ainda mais, ganhar se concluir inegavelmente a inocência de seus homens e mulheres públicos.


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Ricardo Latorre

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