O que esperar dos novos vereadores?

O que esperar dos novos vereadores?
Foto: Rick Latorre

Friday, 18 December 2020

Uma rápida analisada no perfil dos 15 parlamentares já dão uma pista do que podemos aguardar de seus mandatos,

Dia 1º acontecerá a posse dos novos vereadores eleitos para a legislatura 2021 – 2025. Dos novos parlamentares, seis são novos nomes na Câmara. Quase metade dos vereadores eleitos. A questão é se farão uma boa legislatura. Espera-se que sim, mas podemos tentar avaliar o que esperar deles analisando um pouco do perfil de cada um.

Adriano Pereira (PT): o grande herói da Velha Grande, Adriano mostra sua força política ao se eleger apesar do PT. Deve continuar fazendo seu trabalho junto às comunidades, sendo uma sensata oposição ao governo e, possivelmente, trocando de partido nos próximos anos.

Alexandre Matias (PSDB): a gente sempre brinca com Matias e veganos, mas a verdade é que ele se esforçou nos últimos quatro anos. Faltaram bons projetos, mas foi sua primeira legislatura. Tem um número admirável de assiduidade nas sessões e promete, com o amadurecimento da segunda legislatura, um trabalho mais sólido, com projetos maiores e melhores. Contudo especula-se que possa ser convidado para o primeiro escalão do Executivo. O que não seria ruim, uma vez que demonstrou ter perfil para isso.

Almir Vieira (PP): cria das Forças Armadas, Almir é casca-grossa. Não tem medo de brigar pelo que acredita, mas tem como seu forte o apoio às comunidades. Seu perfil é o de ‘vereador comunitário’ e ele serve como amparo para pessoas que, muitas vezes, não têm a quem recorrer. Deve continuar o trabalho que vem realizando e auxiliando aqueles que o buscam.

Bruno Cunha (Cidadania): o vereador mais votado da cidade, Bruno tem projetos ambiciosos para sua carreira pública. Portanto deve se esforçar para ganhar o máximo possível os holofotes. Tendo uma relação negativa com o prefeito (e publicamente conhecida), Bruno deve manter sua coerência moral e ser oposição. E com seu número de votos, promete ser uma oposição forte.

Carlos Wagner (PSL): popularmente conhecido como ‘o alemão da Alumetal’, Carlos foi a única liderança ativa de um dos bairros mais ignorados (e importantes, uma vez que é uma das entradas da cidade) de Blumenau: o Vorstadt. Como líder comunitário, soube exigir, fazer barulho e não raras vezes tirou do próprio bolso para fazer ações comunitárias. Deve ser um defensor ferrenho de seu eleitorado e seu perfil indica um crítico rígido.

Cristiane Loureiro (Podemos): ex-presidente da Fundação Pró-Família, Cristiane provou que tem uma aptidão natural para lidar com pessoas e administrar as responsabilidades do Executivo. Espera-se que tenha o mesmo desempenho no Legislativo. É possivelmente terá. A Pró-Família exige um tipo de flexibilidade humanitária enquanto também pede alguma rigidez pragmática que servem como prova de fogo para qualquer um. Assim como a Câmara. E os inúmeros elogios que Cristiane teve em seu cargo são um indicativo de que deverá ser uma boa vereadora.

Egídio Beckhauser (Republicanos): quando ainda era pré-candidato, foi almejado por diversos partidos. Em seu histórico estão admiráveis passagens pela Secretaria de Esportes e pela Fundação Municipal de Desporto. Deve trazer a questão desportiva – muito negligenciada nos últimos anos – á luz e defender essa bandeira tão importante e subestimada pelo Poder Público.

Gilson de Souza (Patriota): provavelmente o próximo vereador mais votado de 2024, Gilson sempre foi fiel aos votos de seus eleitores e mostrou um raro comprometimento com a confiança que lhe foi depositada. Autor de alguns projetos de grande importância, deve se destacar ainda mais em sua nova legislatura e conquistar mais votos para sua crescente base eleitoral. Como representante da verdadeira ‘nova política’, provavelmente fará escola e muitas cópias genéricas dele podem aparecer nas próximas eleições.

Ito de Souza (PL): sua fama de caçador de fiscais corruptos lhe valeu notoriedade, respeitabilidade, admiração e uma votação expressiva. Deve continuar sendo o pesadelo de maus funcionários públicos e o perseguidor daqueles que tentam usar o Estado para achacar seus contribuintes.

Jovino Cardoso (Solidariedade): vereador de comunidade com fortíssimo perfil executivo, Jovino é uma espécie de solucionador de problemas para uma importante parcela da comunidade. Evangélico, ele é um dos primeiros nomes a surgir como uma pessoa carece de algum tipo de intermédio entre ela e o Executivo. Deve continuar auxiliando as pessoas que lotam seu gabinete e articulando junto com a prefeitura melhorias para a cidade.

Marcelo Lanzarin (Podemos): como atual presidente da Câmara, Lanzarin foi discreto e teve bom senso. E quando a pandemia começou, ele – como médico – chamou a responsabilidade para si e demonstrou boa liderança. Enfrentou comerciantes incultos e furiosos e conseguiu, com bom senso, explicar coisas que a falta do Ensino Básico não ensinou a eles. Como nos próximos anos a pandemia ainda deve deixar cicatrizes e ter reflexos, tê-lo na Câmara é de grande importância, pois como diria o decadente Paulo Cintura: “saúde é o que interessa”.

Marcos da Rosa (DEM): fazendo a metade dos votos que fez na eleição passada, Rosa prova que decepcionou seu eleitorado. Talvez até sua igreja. Deve continuar fazendo projetos de pouca utilidade e tentando se esconder de críticas atrás de pessoas mais relevantes que ele. Esperamos, com sinceridade, que melhore. Não por ele, mas por toda a comunidade.

Maurício Goll (PSDB): o simpático ex-intendente do Garcia, foi a voz quase solitária desse grande bairro nos últimos anos. Candidato a oito anos, ele finalmente conseguiu a vaga com a qual sonhava e deve se esforçar para honrá-la; Fez um bom trabalho no Garcia, onde conquistou boa parte do seu eleitorado, e deve focar nesse bairro tão importante (e às vezes esquecido) durante sua legislatura.

Silmara Miguel (PSD): se simpatia for sinônimo de competência, então ela promete ser um fenômeno positivo. Ex-assessora de Marcos da Rosa espera-se que tenha aprendido o que não fazer e como não ser. Evangélica com grande carisma e aceitação na igreja, deve defender os valores mais cristãos, tradicionais e conservadores. Exatamente como Blumenau gosta.

Tuca dos Santos (Novo): advogado com expressiva ligação ao agronegócio, Tuca representa o Partido Novo – uma alternativa à velha forma de fazer política – e precisará se mostrar à altura de cumprir tal expectativa. Seu candidato a prefeito quase entrou para o segundo turno. Talvez não tenha entrado por uma semana de diferença, mas fez uma votação enorme. Tuca traz consigo a responsabilidade dessa votação e de aumentar a base eleitoral do Novo na cidade.


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Ricardo Latorre

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