Deputados catarinenses são os mais caros do país

Deputados catarinenses são os mais caros do país
Foto: Divulgação

Wednesday, 10 May 2017

O mais caro dos deputados, do PSDB, chegou a gastar R$ 10 mil em materiais gráficos só no mês de abril, num 'prejuízo' total de R$ 13,7 mil só para manter seu gabinete.

Na sexta-feira da semana passada nós publicamos uma matéria mostrando os gastos dos vereadores Blumenau – do mais econômico, Ricardo Alba (PP) ao mais gastão, Zeca Bombeiro (SD) – e agora é hora de vermos quanto custam os deputados catarinenses.

Alguns dias depois de nosso artigo o Diário Catarinense fez um excelente levantamento no Portal Transparência da Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc) apurando que 67 mil viagens foram informadas.

Enquanto a Câmara dos Deputados – de alçada nacional – gastou R$ 3,5 milhões com diárias para viagens nacionais e internacionais em 2016 para seus 513 deputados além de 13,7 mil servidores e o Senado (também federal) desembolsou R$ 1,6 milhão no ano com as mesmas despesas para seus 81 senadores e 5,7 mil servidores, a Alesc gastou R$ 7,6 milhões no mesmo período com as mesmas despesas para apenas 40 parlamentares e 2 mil servidores.

Ou seja, os deputados catarinenses gastam, juntos, mais do que a Câmara dos Deputados, o Senado e o Congresso Nacional, sendo o parlamento mais caro do Brasil chegando a R$ 61 milhões em gastos com diárias no período analisado pela pesquisa do jornal do Grupo RBS.

Então o BLUMENEWS decidiu ir além e descobrir quais são os gabinetes parlamentares mais caros do estado listado em ordem de oneração baseado em dados do Portal Transparência da Ales:

Mario Marcondes                          R$ 13788,95
Gelson Merisio                             R$ 12377,59
Marcos Vieira                                R$ 10857,21
Dirceu Dresch                               R$ 9579,63
Altair Silva                                   R$ 9475,04
Cesar Valduga                              R$ 8726,06
Luciane Carminatti                       R$ 7890,04
Dirce Heiderscheidt                      R$ 5859,74
Valdir Cobalchini                          R$ 5797,85
Gabriel Ribeiro                             R$ 5535,52
Neodi Saretta                               R$ 5406,07
Ismael dos Santos                       R$ 5093,66
Padre Pedro Baldissera                R$ 5029,69
Darci de Matos                             R$ 4349,52
Mauro de Nadal                            R$ 4261,71
João Amin                                    R$ 3846,24
Silvio Dreveck                               R$ 3610,06
Natalino Lázare                             R$ 3600,26
Jean Kuhlmann                             R$ 3526,56
Kennedy Nunes                             R$ 3261,95
José Nei Ascari                              R$ 3071,12
Manoel Mota                                  R$ 3044,01
Rodrigo Minotto                            R$ 2917,14
Maurício Eskudlark                        R$ 2865,54
Ricardo Guidi                                R$ 2829,52
Ana Paula Lima                              R$ 2571,25
Patrício Destro                              R$ 2363,32
Aldo Schneider                             R$ 1686,69
Antonio Aguiar                             R$ 1604,97
José Milton Scheffer                     R$ 1518,05
Narcizo Parisotto                          R$ 1418,98
Romildo Titon                              R$ 1144,58
Nilso Berlanda                              R$ 1117,06
Dalmo Claro                                 R$ 283,90
Milton Hobus                               R$ 203,55
Nilson Gonçalves                         R$ 114,88
Cleiton Salvaro                            R$ 60,26

É importante citar que a lista leva em consideração dados referentes ao mês de abril e que os deputados Dóia Guglielmi (PSDB), Fernando Coruja (PMDB) e Serafim Venzon (PSDB) não constam na porque não estavam listados no Portal Transparência.

Ficam os mais profundos parabéns aos deputados Milton Hobus (PSD) que gastou apenas pouco mais de R$ 203, Nilson Gonçalves (sem partido) que manteve seu gabinete com cerca de R$ 114 e, principalmente, Cleiton Salvaro (PSB), que gastou apenas R$ 60.

 O mesmo não se pode dizer dos deputados Marcos Vieira (PSDB) com um gasto acima de R$ 10 mil, Gelson Merisio (PSD) que torrou mais de R$ 12 mil dos cofres públicos e Mario Marcondes (PSDB) com a impressionante conta de quase R$ 14 mil para manter seu gabinete.

Curiosamente, ao nos atentarmos aos detalhes sobre os gastos de Marcondes em abril descobrimos que ele gastou 10.215,90 de gráfica. Sim. Ele gastou mais de R$ 10 mil apenas imprimindo coisas. Sério? Ele está escrevendo um livro? É uma espécie de crowdfunding com dinheiro público sem avisar aos contribuintes? Ele é um deputado ou aspirante a J. R. R. Tolkien?

Indo um pouco em retrospecto, percebemos que o mesmo deputado gastou, em fevereiro, R$ 4.064,70 com correspondências e R$ 2.422,79 com telefone, numa soma que deu uma despesa de gabinete de mais de R$ 15 mil em pleno mês do carnaval.

Maio acabou de chegar ao seu décimo dia e o ‘nobre’ deputado Mario Marcondes já queimou R$ 3.014,83 só com viagens. Claro que pesa em seu favor o fato de ser vice-presidente da Casa, mas se esse fosse o caso, então por que Silvio Dreveck, o presidente, gastou apenas pouco mais de R$ 3,6 mil. Ou seja, o vice gastou quase quatro vezes (3,8) a mais que o presidente.

Parabéns a todos os envolvidos e condolências aos que pagam esses luxos inadmissíveis.


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Ricardo Latorre

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