Deputados alertam que violência faz país viver clima de guerra civil
Foto: Miriam ZomerFriday, 12 May 2017
Argumentos foram colocados durante a sessão desta quarta-feira na Assembleia Legislativa.
O aumento da violência e a sensação de impunidade estão gerando no país um clima de guerra civil. “A preocupação é muito grande, algumas ações ocorridas no estado não são atividades normais de polícia, é quase uma guerra civil. Acha que policial quer trocar tiro? Ele gostaria de fazer policiamento comunitário, mas é obrigado a sair com colete à prova de bala para enfrentar situações que não quer enfrentar, estilo Síria, Iraque, não dá para esconder isso: os marginais reagem e atiram”, lamentou Maurício Eskudlark (PR) durante a sessão desta quarta-feira (10) da Assembleia Legislativa.
O deputado observou que na última grande operação realizada pela Polícia Civil a maioria dos mandados de prisão foram cumpridos nas cadeias. “Mandado de prisão de quem está preso”, ironizou Eskudlark, que cobrou dos deputados federais e senadores mais rigor na legislação penal. “O Senado, o governo federal e a Câmara dos Deputados têm de acordar para a guerra civil.”
Manoel Mota (PMDB) concordou com o colega. “É preciso mudar as leis, mas está faltando coragem”, disparou Mota. Nilson Gonçalves (sem partido) ponderou que o aumento da violência integra a conjuntura do país. “Tem a questão social, o desmonte da família, o desemprego, a desestabilização social, que somados ao sentimento de impunidade, estão levando a segurança pública ao verdadeiro caos”, declarou Gonçalves.
O representante de Joinville contou que alguns municípios estão pressionando para abocanhar parte relevante dos cerca dos 950 futuros policiais militares que recém iniciaram o curso de formação. “Blumenau quer boa parte dos 950 policiais; Joinville está na mesma tocada e faz pressão através dos seus deputados e da sociedade organizada, quer 300, pelo menos; Chapecó reivindica; Criciúma também quer; assim esses policiais vão ser pulverizados em número praticamente insignificante”, previu Gonçalves.
Além disso, o parlamentar questionou a efetividade do aumento de policiais no combate à violência. “Será que mais policiais vai resolver o problema? Prende-se gente todo santo dia, se ficassem presos com certeza não teríamos prisões suficientes. Mais policiais significam mais prisões, mais alvarás de soltura, presos eles não ficam”, advertiu o representante de Joinville.
Texto: Vítor Santos