Governador de Santa Catarina é afastado pela segunda vez

Governador de Santa Catarina é afastado pela segunda vez
Foto: Divulgação

Monday, 29 March 2021

Assume a cadeira a vice-governadora, Daniela Reinehr, que promete dar continuidade aos trabalhos já iniciados por Carlos Moisés.

O Tribunal Especial de Julgamento formado para apreciar o pedido de impeachment contra o governador de Santa — Carlos Moisés (PSL)— aceitou a denúncia contra o chefe do Executivo estadual. Assim, ele fica afastado provisoriamente, por até 120 dias. Assume a cadeira a vice-governadora, Daniela Reinehr (sem partido)

O colegiado é formado por cinco desembargadores do TJ-SC e cinco deputados estaduais. Moisés é acusado de ter cometido crime de responsabilidade em caso que envolve a compra de 200 respiradores pulmonares, por R$ 33 milhõe,s pela administração estadual.

O julgamento começou na manhã desta sexta-feira (26/3) e terminou pouco antes da meia-noite. Prevaleceu o entendimento de que o chefe do Executivo tinha conhecimento prévio da compra dos equipamentos sem a observância das prescrições legais.

A relatora da matéria, desembargadora Rosane Portela Wolff, apontou que houve, no mínimo, omissão juridicamente relevante do governador; assim, votou pelo prosseguimento do processo de impeachment. Seguiram o voto da relatora a desembargadora Sônia Maria Schmidt e os desembargadores Roberto Lucas Pacheco, Luiz Zanelato e Luiz Antônio Fornerolli, além do deputado Laércio Schuster.

Votaram de forma contrária os deputados Marcos Vieira, José Milton Scheffer, Valdir Cobalchini e Fabiano da Luz. Com o placar de 6 a 4 definido pelo prosseguimento do rito, o governador Carlos Moisés da Silva passa à condição de denunciado e ficará suspenso do exercício das funções a partir da próxima terça-feira (30/3) até sentença final, além de perder 1/3 dos vencimentos.

É a segunda vez que Carlos Moisés é afastado do cargo. Em 2020, ele ficou um mês longe de suas funções por conta de outro processo de impeachment, em que acabou absolvido. Na época, ele foi acusado de crime de responsabilidade por conceder reajuste salarial aos procuradores do estado, equiparando as emunerações com os procuradores da Assembleia Legislativa.

Em nota, Moisés disse acreditar que será absolvido. "Não há justa causa para o impeachment, como já atestaram o Ministério Público, o Tribunal de Contas do Estado e a Polícia Federal. Vou trabalhar para que a transição à gestão interina ocorra de forma tranquila e sem prejuízos ao enfrentamento à pandemia. Como sempre afirmei, a prioridade é a vida dos catarinenses", afirmou.


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Redação

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