Discriminação religiosa em Blumenau repercute na Alesc

Discriminação religiosa em Blumenau repercute na Alesc
Foto: Divulgação

Thursday, 27 May 2021

O que começou como um comentário maldoso e infeliz nas redes sociais ganhou uma proporção que pode gerar grande dor de cabeça para seus autores.

A suspensão judicial da eleição do Conselho Municipal de Cultura de Blumenau repercutiu na Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina. O caso, debatido no plenário do Parlamento durante a sessão desta quinta-feira (27), foi considerado como um episódio de discriminação religiosa.

O tema foi trazido pelo deputado Ismael dos Santos (PSD), que registrou seu repúdio ao fato. “Pasmem, o processo foi barrado em virtude da alegação de uma ex-conselheira de que havia excesso de candidatos evangélicos na eleição”, afirmou. De acordo com o parlamentar, foi um ato explícito de discriminação. “Querer proibir nós evangélicos é querer confinar quem é cristão em um gueto. Não podemos nos calar diante de uma atitude raivosa, espúria e discriminatória dessa pessoa. É aquela linha, não somos contra os evangélicos, mas queremos mantê-los longe da cultura”, afirmou.

Na avaliação de Santos, qualquer pessoa religiosa tem o direito constitucional de participar de qualquer área da atividade humana. “Não importa se você é ateu, evangélico, católico ou espírita. Você tem o direito de viver na fé ou no ateísmo em qualquer setor”, argumentou. O deputado solicitou à prefeitura de Blumenau que o processo eleitoral seja retomado.  “Parece que não lembram que o Doutor [Hermann] Blumenau, que fundou a cidade, era evangélico luterano. Mas o que está em jogo, eu sei, é uma clara decisão de se evitar a influência de princípios, valores, que nós evangélicos defendemos, em todas as áreas. Discriminação religiosa é crime”, concluiu.

Rodovias federais

Em seu discurso na tribuna da Alesc, o deputado Maurício Eskudlark (PL) demonstrou preocupação com as rodovias federais que cortam Santa Catarina. “É inadmissível que o governo federal, dos presidentes Lula e Dilma, tenha tocando a obra [nas BRs 470, 282 e 163] em passos de tartaruga. Os dois vieram, assinaram atos, tivemos quase inaugurações, sem que a obra acontecesse”, reclamou.

O deputado ampliou a crítica ao atual presidente. “É lamentável que Santa Catarina, que foi o propulsor nessa mudança nacional que tivemos, dando a maior votação para Jair Bolsonaro, e infelizmente estamos há dois anos e meio do governo atual e não temos as respostas em nível federal”, citou. Eskudlark destacou a situação da BR-470, no Alto Vale, “espinha dorsal do estado”, em situação deplorável. “Enquanto isso, vemos o ministro [Tarcisio Gomes de Freitas, da Infraestrutura] todos os dias mostrando uma obra no Norte, no Nordeste, no Sudeste e até algumas no Rio Grande do Sul. Mas Santa Catarina está completamente esquecida pelo governo federal”, avaliou.

Eskudlark relatou um acidente na BR-163 ocorrido no dia anterior, no qual quatro pessoas morreram. A deputada Marlene Fengler (PSD), em aparte, lembrou que o fato ocorreu na região onde nasceu. “O trecho é muito importante muito, pois tudo o que sai de Itapiranga para o Brasil e para o mundo passa por lá. Não é pouca coisa”, assegurou. A parlamentar afirmou que é preciso solicitar ao governo do Estado que faça uma licitação para um projeto de ampla revitalização da rodovia.

Educação

Representante do Planalto Norte, o deputado Silvio Dreveck (PP) expôs preocupação com o que considera como total desconhecimento da sociedade sobre a política. “Em contato com a população no dia a dia fica claro que a grande maioria do povo, principalmente as novas gerações, não tem conhecimento das atividades dos cargos eletivos, dos poderes, das incumbências do Executivo, do Judiciário, do Legislativo, do Ministério Público”, contou.

Na visão do parlamentar, a grande maioria das pessoas confunde as atribuições de vereadores, prefeitos, deputados, governadores, parlamentares federais e presidentes. “A que se deve isso? Culpar essas pessoas? Não. Elas entendem assim porque não receberam informações. Outras gerações tinham uma disciplina chamada OSPB [Organização Social e Política Brasileira], que não era partidária e nem poderia ser. Mas, sim, de esclarecimento e conhecimento de qual a função de cada ator político. Infelizmente, isso se perdeu. É uma bandeira que estou trazendo para a Alesc. Vou propor, por meio da Comissão de Educação, para apelar, pedir, para que Ministério da Educação e Conselho Federal de Educação coloquem novamente essa disciplina nos bancos escolares”, concluiu.


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Redação

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