PGR pede continuidade do inquérito contra presidente da República
Foto: DivulgaçãoMonday, 22 May 2017
Para Janot, áudio dos colaboradores não contém mácula e inquérito se destina à produção de provas.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao Supremo Tribunal Federal, neste sábado, 20 de maio, manifestação na qual defende a continuidade do inquérito que investiga a prática de diversos crimes pelo presidente da República, Michel Temer, e outras autoridades com foro por prerrogativa de função. Janot acrescenta que não se opõe à perícia no áudio da conversa entre Temer e Joesley Batista, embora certo de que a gravação não contém qualquer mácula que comprometa a essência do diálogo.
Em petição protocolada no STF, Michel Temer pediu a suspensão do inquérito instaurado, até que se realize uma perícia no áudio dessa conversa. Em primeiro lugar, Janot destacou a flagrante contradição do pedido, "visto que o inquérito existe justamente para a apuração dos fatos e para a produção de evidências, dentre elas perícias técnicas".
O procurador-geral explica que a gravação passou por avaliação técnica de setor da Procuradoria-Geral da República que constatou que o material, em uma análise preliminar, é audível, inteligível e apresenta uma sequência lógica e coerente, com características iniciais de confiabilidade. "Ademais, a referida gravação é harmônica e consentânea com o relato da colaboração de pelo menos quatro colaboradores, a saber Joesley Batista, Wesley Batista, Ricardo Saud e Florisvaldo Caetano de Oliveira", diz.
Para Rodrigo Janot, a perícia deve ser realizada sem qualquer suspensão do inquérito, visto que este se destina justamente à produção de elementos probatórios.
PGR envia ofício à PF com quesitos para perícia técnica de áudios
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encaminhou, neste domingo, 21 de maio, ofício à Polícia Federal, conforme despacho do ministro Edson Fachin, relator do Inquérito 4483. No documento, levantam-se 16 quesitos para cada um dos quatro áudios a serem analisados pelo Instituto Nacional de Criminalística.
O inquérito apura crimes supostamente cometidos pelo presidente da República, Michel Temer, pelo senador Aécio Neves e pelo deputado federal Rodrigo Loures. Os áudios foram entregues em colaboração premiada dos executivos ligados ao Grupo J&F.