E finalmente na sessão desta terça (23/05) a Câmara dos Vereadores finalmente teve um pouco mais de ação do que os entediantes monólogos que costumeiramente não levam nada.

Quando o vereador Jovino Cardoso (PSD) citou a lamentável situação na qual se encontra a Rua Norberto Seara Heusi (Escola Agrícola) já há um ano, foi como uma faísca num rastilho de pólvora correndo em direção a um barril cheio de explosivos.

Às 4h30’ da manhã do dia 22 de junho de 2016 aconteceu um deslizamento de terra naquela rua que já sofria com a péssima condição na qual se encontrava, ferindo três pessoas que passavam pelo local dentro de um Celta. Parte da pista de rolamento cedeu e uma casa na Rua João Santana de Oliveira invadida por barro, tendo sua estrutura condenada. Os três inquilinos da residência ficaram sem teto, o proprietário sem fonte de renda e o município, sem vergonha.

Na época o trecho chegou a ser interditado por conta do buraco que foi aberto no local. Buraco, aliás, que está lá até hoje.

O vereador professor Gilson (PSD) – um dos novos nomes da política que têm feito um bom trabalho – relembrou que havia feito um requerimento sobre a mesma demanda da região, citando que há advogados (ou talvez vereadores) que estão ‘trancando’ a resolução do problema pelos bastidores.

Também durante o aparte, o vereador Ito de Souza (PR) – que está limpando o nome de seu partido, anteriormente manchado pelo seu antecessor – confirmou que esteve em um evento na comunidade onde também foi cobrado em relação à situação dantesca. De mesma forma, o vereador Adriano Pereira (PT) – que sempre demonstrou fazer uma oposição conscienciosa e comedida – citou outros problemas sem solução da cidade e afirmou que os cidadãos não podem pagar pelos impasses entre o Poder Público.

Mas o problema aconteceu quando o filho do ex-presidente do Samae Valdir Mathias, o vereador Alexandre Mathias (PSDB) – conhecido pelos seus bons churrascos – resolveu ironizar Jovino Cardoso, dizendo que ele não fez nada sobre o problema enquanto vice-prefeito.

Sabendo-se da reputação de Cardoso, ele deveria esperar por um coice ou até, quem sabe, um soco. O que seria, convenhamos, engraçado. Mas não foi dessa vez.

Em resposta, Jovino afirmou que jamais teve voz no Executivo quando vice-prefeito (o que todos sabem ser verdade, ao contrário de Mário Hildebrandt, muito feliz brincando de ‘O Poderoso Chefinho’), culminando com a frase: “agradeço em parte por isso (ter sido excluído do governo tucano), porque o vosso governo é muito lerdo... muito devagar”. Lembrando que todas as obras que existem em Blumenau são do ex-prefeito João Paulo Kleinübing (PSD).

É a boa e velha história de ‘falar o que se quer e ouvir o que não se quer’.

Homem de compostura e inteligência exemplares, Sylvio Zimmermann (PSDB), líder do governo, foi sábio ao não se manifestar. Mathias poderia aprender com ele. Sobre muitas coisas.

A pergunta que fica no ar é: os moradores estão indignados, procuraram vereadores e farão até um protesto parando o trânsito, mas será que tudo isso se resolverá ou vai acabar em pizza... ou, quem sabe, em alcatra porque... tem quem goste muito.