Discurso de Gleisi Hoffmann prejudica Lula
Foto: DivulgaçãoThursday, 07 April 2022
Em conversa com empresários, as falas deploráveis da presidente do PT comprometeram toda a campanha do ex-presidente.
Os empresários que participaram ontem de um jantar com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, saíram preocupados, conforme relatos feitos à CNN por participantes do encontro.
O jantar foi organizado pelo grupo Esfera, do empresário João Camargo. É o primeiro de uma série de encontros entre o setor privado e presidentes dos partidos com candidatos à Presidência da República. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o pré-candidato do PT e lidera as pesquisas.
“O clima foi cordial, mas o conteúdo foi horroroso”, disse um dos presentes. A fonte comparou o discurso de Gleisi à política econômica da ex-presidente Dilma Rousseff, que vem sendo escondida pelo PT na campanha.
Segundo participantes, Gleisi defendeu que o Estado deve ser o indutor do crescimento e que é contra privatizações, inclusive da Eletrobras. “Somos contra as privatizações. Hoje o investimento está em 14% do PIB, porque as estatais estão sendo vendidas e não fazem o papel de indutor dos investimentos”, teria dito Gleisi.
A presidente do PT também criticou o lucro da Petrobras e a remuneração de sua diretoria. Ela teria dito que a estatal tem uma margem de 27% de lucro comparado com 9% das grandes empresas do setor. “A diretoria ganhou 30 milhões de remuneração. Meu Deus pra que tanto? Um absurdo”, afirmou ela conforme um empresário presente.
Gleisi também disse que é contra a reforma administrativa porque é preciso valorizar o servidor público – uma postura histórica do PT. O setor privado é muito favorável à reforma administrativa.
Segundo o relato de uma pessoa que participou, a fala de Gleisi teve apenas dois pontos positivos: ela descartou uma revogaço da reforma trabalhista e se comprometeu a trabalhar com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Ela estava acompanhada do economista Gabriel Galípolo, ex-CEO do banco Fator. Empresários presentes dizem que o discurso dele foi mais contemporizador, mas que Galípolo é muito ligado à Unicamp e a política econômica desenvolvimentista.