SC ganha chapa 100% bolsonarista

SC ganha chapa 100% bolsonarista
Foto: Divulgação

Tuesday, 31 May 2022

No Estado onde Bolsonaro foi mais votado proporcionalmente em 2018, seus candidatos a governador, Jorginho Mello, e a senador, Jorge Seif, serão correligionários do PL.

O presidente Jair Bolsonaro negocia pessoalmente a construção da chapa que irá defender seu legado em Santa Catarina, Estado onde proporcionalmente ele foi mais votado nas eleições de 2018.

Nos últimos dias, o chefe do Executivo se reuniu com aliados e bateu o martelo sobre a composição “puro-sangue”: formada pelo senador Jorginho Mello (PL-SC), pré-candidato a governador, e Jorge Seif (PL), ex-secretário nacional da Pesca que será o candidato ao Senado. O último teve a benção de Luciano Hang, empresário próximo do Palácio do Planalto, que abriu mão da disputa.

A aliança em Santa Catarina deve contar ainda com um vice do PP, partido do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PI). O indicado deverá ter a bênção do senador Espiridião Amin (PP-SC), que também tem certa proximidade com o governo. O objetivo, segundo Jorginho Mello, é vencer a disputa no primeiro turno, com os mesmos votos que Bolsonaro alcançou no Estado em 2018, cerca de 66%.

Bolsonaro esteve com Jorginho e Seif no início da semana passada, em reunião fechada que não constou em sua agenda oficial. No encontro, ficou sacramentado que o presidente da República irá fortalecer a pré-candidatura de ambos com a gravação de vídeos para as redes sociais.

Jorginho Mello é um antigo aliado do presidente da República e se destacou na defesa do governo durante a CPI da Pandemia. Além disso, é autor do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe).

Na semana passada, o senador discursou no Palácio do Planalto, na presença de Bolsonaro, em evento que anunciou mudanças nas regras e novos recursos para o programa criado por ele.

Já Jorge Seif se tornou mais próximo do presidente depois de ser nomeado como secretário especial de Aquicultura e Pesca, quando passou a ser chamado de “06”, numa alusão ao número usado por Bolsonaro para identificar seus filhos. O presidente chegou a dizer numa live, inclusive, que queria ter mantido o Ministério da Pesca para entregá-lo justamente a Seif.

“Bolsonaro que me pediu que o Jorge [Seif] fosse candidato ao Senado. O senador ia ser o Luciano Hang, mas ele não quis mais, temos que respeitar. Aí ele [Hang] sugeriu o nome do Jorge Seif, que ia ser deputado federal. O presidente me chamou e disse: ‘Vamos tentar ele para senador’. Ele [Seif] tem vínculos com o Estado, é empreendedor. Está indo tudo bem”, disse Mello.

Já Seif afirma que as conversas com Bolsonaro sobre sua candidatura ao Senado começaram ainda em 2020. O convite teria sido feito durante um encontro no Palácio da Alvorada com o presidente e seu filho mais velho, senador Flávio Bolsonaro (PL-SP).

Segundo Seif, desde aquele ano Bolsonaro demonstrava preocupação com as dificuldades que vinha sofrendo para aprovar projetos no Senado. Ali, já crescia no entorno do presidente a percepção de que seria necessário reforçar a bancada bolsonarista na Casa.

Ao filiar-se ao PL de Valdemar Costa Neto, no ano passado, Bolsonaro exigiu escolher os candidatos a Senado nos Estados.

O principal obstáculo na empreitada de Jorginho e Seif é o governador Carlos Moisés (Republicanos). Eleito pelo PSL na onda bolsonarista de 2018, Moisés rompeu com o presidente.

Embora diga que a eleição no Estado não versará somente sobre temas federais, Seif tentará colar sua imagem à de Bolsonaro. O presidente já se comprometeu a gravar vídeos de campanha para ele. E deve visitar o Estado em breve. Aliados estão preparando uma Marcha para Jesus e uma motociata para o período entre o fim de junho e o início de junho.

Ao Valor, Luciano Hang diz que jamais pretendeu concorrer ao Senado e que se define como “um ativista político”. Questionado sobre se subirá em palanques com Bolsonaro ou se atuará como interlocutor junto a empresários, ele diz que “o futuro a Deus pertence”, mas que não há nada definido.

“O meu papel é aquele papel da minha rede social. A favor das privatizações, pela derrubada de leis que atrapalham o país, da legislação trabalhista que possa ser modernizada”, afirma Hang.


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Redação

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