No ambiente digital, onde transações são feitas em segundos e informações circulam a uma velocidade avassaladora, um clique desatento pode significar prejuízos financeiros e emocionais irreversíveis. Os golpes cibernéticos estão em ascensão no Brasil e já não escolhem mais vítimas. Só em 2024, os brasileiros acumularam prejuízos superiores a R$ 2,3 trilhões em decorrência de crimes virtuais, segundo estimativas do setor. A Dra. Martha Stern Bianchi, advogada especialista e fundadora do escritório Stern Bianchi Advocacia, faz um alerta sobre os riscos e a necessidade de consolidar uma cultura de prevenção.

Se antes os golpes virtuais se limitavam a e-mails com promessas duvidosas, hoje são mais sofisticados e personalizados. Phishing, falsos boletos, clonagem de WhatsApp e até o perigoso “golpe do falso advogado” são exemplos de fraudes que exploram a confiança da vítima para obter vantagens financeiras. O cenário é preocupante: o Brasil ocupa atualmente a segunda posição no ranking mundial de ataques digitais, com mais de 700 milhões de tentativas registradas em apenas um ano. “O maior perigo está na naturalidade com que os golpistas se apresentam. Eles usam nomes reais, acessam informações de processos, imitam logotipos e até a linguagem dos escritórios. Tudo isso para que a vítima não tenha tempo de desconfiar”, explica a advogada.

No golpe do falso advogado, por exemplo, os criminosos entram em contato com clientes de escritórios de advocacia alegando que há valores a serem recebidos — mas exigem o pagamento antecipado de taxas via Pix. Muitos casos envolvem processos reais, cujos dados são públicos, o que confere aparência de veracidade à fraude. Segundo a advogada, a melhor forma de prevenção é cultivar o hábito de verificar. “Não é exagero desconfiar. É um gesto de autoproteção. Sempre confirme com seu advogado por meio de canais oficiais, desconfie de qualquer pedido urgente e nunca faça pagamentos sem uma verificação prévia”, orienta.

Caso você caia em um golpe, a advogada destaca que agir rápido é essencial para minimizar os danos. “O primeiro passo é contatar seu banco para tentar reverter a transação. Em seguida, registre um boletim de ocorrência e reúna todas as provas possíveis, como mensagens, e-mails e comprovantes de pagamento”, explica.

Dicas para evitar cair em golpes virtuais:

• Nunca compartilhe códigos recebidos por SMS ou e-mail.

• Desconfie de ofertas muito vantajosas ou pedidos de pagamento urgentes.

• Use autenticação em dois fatores em todas as contas.

• Prefira realizar transações apenas por canais oficiais.

• Verifique sempre a URL dos sites antes de inserir seus dados.

• Em caso de dúvida, entre em contato diretamente com a empresa ou pessoa.