Brasileiros são presos por darem continuidade à Baleia Azul
Foto: DivulgaçãoSaturday, 14 July 2018
Preso, russo que criou o jogo de suicídio Baleia Azul já falava em 'limpeza da sociedade'
Um dos criadores do jogo de suicídio Baleia Azul afirmou que vê suas vítimas como “lixo biológico”. Preso e em julgamento por incitar o suicídio de 16 garotas, o russo Philipp Budeikin, de 21 anos, confessou os crimes e disse à polícia que estava “limpando a sociedade”.
O jogo letal Baleia Azul é um processo de lavagem cerebral de adolescentes vulneráveis ao longo de 50 dias. Os jovens devem realizar tarefas como acordar de madrugada, assistir a filmes de terror e praticar automutilação. O último comando do jogo é o suicídio.
Budeikin, um dos mentores das tarefas, têm recebido dezenas de cartas de amor de adolescentes na prisão. De acordo com a lei, as autoridades não podem interceptar as cartas nem impedir que ele responda àquelas que fornecem um endereço.
“Provavelmente, essas jovens que se apaixonaram por ele não estavam recebendo amor e atenção suficientes de seus pais”, disse a psicóloga Veronika Matyushina ao Daily Mail . “Foi assim que nasceu o sentimento romântico”.
Budeikin veio de um cenário familiar parecido com esse. Quando jovem, quase não tinha contato com sua mãe, que ia trabalhar logo cedo e voltava tarde para casa. Na escola, ele também não tinha amigos. Investigadores acreditam que esses fatores o levaram a procurar essa conexão com adolescentes durante a vida adulta.
Em seu depoimento à polícia, Budeikin afirmou que cultivou a ideia por muito tempo antes de criar o jogo. “Começou em 2013, quando eu criei a comunidade online. Eu estava pensando nessa ideia há cinco anos. Era necessário distinguir pessoas normais do lixo biológico”.
“Existem pessoas e existem resíduos biológicos – aqueles que não representam nenhum valor para a sociedade. Que causam ou só vão causar danos à sociedade. Eu estava limpando nossa sociedade dessas pessoas”, disse.
Suicídio
Segundo dados da Rosstat, agência federal de estatística da Rússia, o número de suicídios no país diminuiu de 2015 para 2016. Entretanto, o dado não foi dividido em grupos etários então não é possível saber se o jogo Baleia Azul teve alguma influencia nos números nacionais.
No Brasil
Está preso em Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém, um jovem de 19 anos suspeito de ser um dos aliciadores de vítimas para o jogo 'Baleia Azul', que consiste em incentivar jovens a tirarem a própria vida. A prisão ocorreu após a denúncia da mãe de uma das vítimas.
Jadson Cantanhede Amorim, de 19 anos, foi preso na casa dos pais no interior do Maranhão e apresentado nesta sexta-feira pela Polícia Civil do Pará. Pelo menos duas vítimas do suspeito já foram identificadas. Uma delas é uma jovem paraense, de 18 anos, que chegou a cortar as mãos e os braços durante os desafios do jogo. A polícia também já identificou uma moradora de Portugal que recebia orientações do jogo por Jardson.
Você já pode ter ouvido falar no “jogo” da “Baleia Azul”, que chamou a atenção há algumas semanas por incentivar jovens a práticas danosas, como a automutilação e potencialmente até mesmo o suicídio. Após uma operação que envolveu a Polícia Civil do Pará e informações obtidas pelo Facebook, um dos suspeitos de fazer a curadoria do desafio acabou preso.
Quem comandava o jogo no país
A Divisão de Prevenção e Repressão a Crimes Tecnológicos da Polícia Civil teve acesso à informação sobre o crime a partir da denúncia de uma mãe, preocupada com alguns dos desafios que sua filha estava cumprindo, o que causou algumas lesões corporais a ela.
A investigação levou os policiais à conclusão de que a vítima foi abordada por um dos “curadores” por meio de um perfil falso no Facebook. Após o primeiro contato, a garota recebeu um convite para participar de um grupo na rede social VK, que ficou conhecida como sucessora do finado Orkut por adotar vários conceitos do serviço do Google.
A partir dessas informações, os investigadores contataram o Facebook, que cedeu os dados de navegação do recrutador. Isso permitiu fechar o cerco contra o curador do desafio e identificá-lo, o que levou à prisão do suspeito.
Em comunicado, a Polícia Civil diz que não consegue quantificar os crimes ocorridos, dado o grande número de participantes identificados no grupo. Foram ao menos 88 pessoas encontradas em um único grupo, com a possibilidade de que mais vítimas possam ter sido contatadas por outros meios.