Na manhã desse sábado um terrível acidente envolveu cinco jovens na BR-470 em Gaspar.

As cinco garotas vinham de um encontro de amigas quando um Jaguar dirigido por Evanio Wylyan Prestini (31) colidiu contra o Palio das meninas.

Suelen Hedler da Silveira (21) ficou presa nas ferragens já estando sem vida quando o socorro chegou e Amanda Grabner Zimmermann (18) faleceu durante uma cirurgia.

A condutora Tainara Schwartz (21) saiu ilesa, mas duas outras passageiras foram encaminhadas ao hospital. Delas, apenas Maria Eduarda Kraemer não recebeu alta e continua em estado delicado, porém desperta.

Evanio – um inconsequente – dirigia bêbado e seu carro trazia diversas garrafas de bebidas no porta-malas. Com a violência do impacto, o Jaguar de Guaramirim capotou, mas o inútil que o dirigia saiu sem nenhum arranhão. Testemunhas filmaram sua reação ébria.

Um motorista que trafegava pela rodovia, próximo a Ascurra, chegou a filmar Evanio fazendo ziguezague pela estrada. Preocupado, o homem tentou fazer denúncias à Polícia Rodoviária Federal (PRF), sem lograr êxito. A omissão policial culminou no acidente que matou duas jovens no início de suas vidas.

De acordo com a PRF havia ocorrido naquela madrugada mais de uma denúncia em relação ao criminoso do Jaguar. Em nota oficial (reproduzida abaixo na íntegra) a entidade tenta tirar a culpa de si mesma afirmando que a ligação não estava boa, o posto policial é distante e que muitos trotes são passados. A verdade é que a instituição parece não ter decência de querer assumir é que por conta do seu descaso duas garotas morreram. Ponto final.

“Em relação ao acidente ocorrido hoje de manhã na BR 470, em Gaspar, envolvendo um Fiat Pálio e um Jaguar, a PRF informa que o acidente foi causado pelo motorista do Jaguar, o qual fez o teste de etilômetro e o resultado foi 0,72 mg de álcool por litro de ar. O motorista foi preso em flagrante e conduzido para a Polícia Civil de Blumenau.

Em relação à denúncia de que os policiais de Blumenau não abordaram o Jaguar, a PRF confirma que um usuário não identificado ligou duas vezes para nossa Central e conversou com os policiais de Blumenau. O usuário afirmou que o veículo estava entre Indaial e Ascurra, vindo em direção ao litoral. A unidade operacional da PRF de Blumenau fica a aproximadamente 40 km de distância do local e, normalmente, os veículos não passam na frente do posto da PRF de Blumenau: eles entram antes em direção a Blumenau.

Além disso, os policiais consultaram a placa repassada e esta não batia em um Jaguar, provavelmente porque a ligação não estava boa. A PRF informa que não viu qualquer pessoa parar na Unidade Operacional de Blumenau para denunciar pessoalmente. Infelizmente várias pessoas ligam para a PRF prestando informações falsas ou trote, o que acaba por diminuir a credibilidade das denúncias.

No caso de hoje, infelizmente a denúncia era verdadeira e a ação da pessoa que fez a denúncia foi correta e poderia ter evitado o acidente. A PRF lamenta o desencontro de informações, mas deixa claro que os policiais rodoviários federais têm como maior objetivo a proteção à vida.

O mais importante desta ocorrência é a sensação de que, infelizmente, a ingestão de bebida alcoólica por motoristas continua a fazer parte da rotina da nossa sociedade.

A PRF se solidariza com a família das vítimas”.

Lembrando que se o trabalho policial tivesse sido executado com o mínimo de cuidado a PRF não precisaria se “solidarizar com a família das vítimas” porque talvez não houvesse vítimas.

O bêbado, Evanio, foi apreendido por policiais depois que a tragédia aconteceu. Visivelmente embriagado e com um porta-malas repleto de bebidas, ele inicialmente se negou a fazer o bafômetro, mas depois fez. Num primeiro momento a Polícia Rodoviária não chegou a confirmar o resultado do teste, que acabou apontando que ele estava, de fato, bêbado.

O assassino foi preso e sua prisão em flagrante foi convertida em prisão preventiva na audiência de custódia que ocorreu na manhã de ontem. O horário previsto era 15h, mas com medo da fúria de populares, acabaram antecipando para as 11h.

No despacho, a juíza Cláudia Inês Maestri Mayer disse que a má conduta do assassino não deveria ser premiada com a liberdade enquanto duas jovens morreram. Portanto, o homicida foi para a prisão onde não poderá mais matar ninguém com álcool e irresponsabilidade.

Em vídeo o canalha ainda se justifica dizendo que pegou no sono, como se isso amenizasse a perda das famílias das garotas que ele assassinou ou explicasse a destilaria em seu porta-malas.

Mostrando ainda mais o tamanho do problema que o álcool e o volante causam, hoje de manhã o motorista de uma Fiorino causou um acidente na BR-470, em frente ao Instituto Federal Catarinense (Badenfurt), colidindo contra uma Ducato. O trânsito ficou congestionado na região e o responsável pelo acidente também havia ingerido álcool.

Quantas outras pessoas vão ter que morrer até que entendam que um veículo é uma arma? Que drogas (entre elas, a bebida) são um sinal de fraqueza pessoal e que, quando aliada a comportamento de risco, colocam vidas em jogo? Quantas famílias vão ter que chorar aqueles a quem amam para que um inútil qualquer possa ter o prazer de um trago? Festejar de forma irresponsável e ébria não deve ser às custas da vida alheia.

Evanio é um assassino. Matou duas moças jovens demais e que apenas começavam a entender a vida. Ele deve ser preso. Merecia algo pior. Mas nada que aconteça a ele vai mudar o fato de que sua conduta drogada e covarde roubou o futuro de duas garotas. Nada.

Aos que têm fé, resta o conforto. Aos que têm fúria, resta consolar-se com a prisão. Aos que perderam alguém que amavam, resta a dor. Mas o que nós podemos fazer?

Podemos ser menos indiferentes ao bem-estar do próximo. Se não pudermos ser altruístas que, pelo menos, sejamos sensíveis às necessidades que não temos. Que nossas vidas sejam menos regadas por drogas (como o álcool) e mais tomadas pela consideração. Podemos não ser como Evanio. Cada um de nós. Somos melhores que isso. Quase qualquer coisa é melhor que isso. E, por pior que seja, devemos aceitar que não há mais o que fazer pelos que se foram, mas ainda resta muito a fazer por quem sobreviveu. Como Maria Eduarda Kraemer.

A campanha para arrecadar sangue para ela ainda está acontecendo. Por favor, vá até o Hemosc e doe sangue em nome de Maria Eduarda Kraemer. Não podemos evitar que o acidente que matou Suelen e Amanda aconteça e agredir o assassino não vai ajudar, então o que podemos agora é ajudar a amenizar a desgraça que acometeu essas jovens e familiares.

Tem muito alcoólatra de rede social – e até pedófilo notório – saindo em defesa do criminoso porque sabe que também dirige bêbado. Então, a vocês, uma vez na vida ajam como os homens que não são: doem sangue à Maria Eduarda. Se é que podem fazê-lo.