O Brasil vive uma inadmissível realidade de violência que ultrapassa – guardadas as devidas proporções – as trágicas perdas de muitos períodos históricos de guerra. E o cidadão não tolera mais isso. A prova dessa intolerância é a eleição de um presidente da República que tinha como pilar de campanha a proposta de combater o crime.

Nossa cidade ainda não sofre tão efusivamente com a violência urbana, mas há casos de mortes chocantes ou até de agressões gratuitas. Esse é um lamentável preço do progresso.

No mundo real não existem alienígenas voadores, soldados com armaduras controlando robôs gigantes ou bilionários musculosos trajando roupa de morcego e acompanhados estranhamente por garotos de 13 anos. Nossos heróis sangram. Nossos heróis podem morrer. E, se morrerem, não vão ressurgir na próxima edição da revista ou no reboot da franquia.

E eles enfrentam um inimigo ainda pior que o crime: a opinião pública distorcida. O mesmo cidadão que vibrou no cinema quando o Batman (Christian Bale) espancou o Coringa (Heath Ledger) na delegacia de Gotham é o primeiro a condenar os policiais que tratam criminosos com a devida severidade.

Nossos policiais – os heróis de verdade – enfrentam palpiteiros condoídos imersos em hipocrisia, acusações baseadas em situações tiradas de contexto, gente acéfala defendendo seus próprios predadores e leis que punem aqueles que nos protegem enquanto beneficiam aqueles que depõem contra nossas vidas, bem-estar, integridade física ou patrimônio.

É por isso que a moção entregue ao delegado Bruno Effori pelo vereador Alexandre Matias (PSDB) na noite de ontem foi tão importante. A Comenda de Mérito Duque de Caxias prova que alguns de nós reconhecem e são gratos aos nossos grandes heróis.

E Bruno é um deles. Por anos esteve à frente da Divisão de Investigação Criminal (DIC) da Polícia Civil de Blumenau, onde encabeçou operações que prenderam alguns dos piores elementos da sociedade. Bruno Effori não precisa usar uma capa com collant, um veículo alienígena ou um amuleto místico e sabe por quê? Primeiro porque collants são ridículos e coisas alienígenas/místicas não existem. Mas, principalmente, porque o que o faz um herói são as suas atitudes. A chama que ele traz dentro de si. Seria muito fácil você ser um combatente do crime se seu corpo fosse à prova de balas. Mas seu único poder é a coragem.

Parabenizamos o vereador Matias e agradecemos muito o delegado Bruno que dispõe de suas habilidades, treinamento e força de vontade para trazer a ordem e a paz para nossa sociedade.

E queremos acreditar em um futuro onde as pessoas não olhem, por exemplo, para um policial fardado em uma lanchonete e façam cara de desconfiança. Aquele policial – aquele herói – é uma garantia de que as pessoas naquele lugar estão, no mínimo, mais seguras do que estavam antes de ele chegar.

Parabéns, mais uma vez, ao grande Bruno Effori, à toda a Polícia Civil, à Polícia Militar e Federal pelos serviços. Sem vocês nossas cidades seriam tão caóticas quanto os corações e as vontades das pessoas mais mal-intencionadas ou psicóticas que nelas morassem.