Polícia Civil apreende carne imprópria
Foto: DivulgaçãoMonday, 01 February 2021
Operação El Patron, da Polícia Civil, cumpre 10 mandados de busca contra roubo de carga.
A Polícia Civil desencadeou a Operação “El Patron” na manhã desta sexta-feira, 29, em combate ao roubo de cargas e para apurar crimes contra as relações de consumo em Santa Catarina.
Foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça, em Itajaí e em Balneário Piçarras, no litoral Norte. A ação é da Delegacia de Furtos e Roubos de Cargas da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (DEIC/PCSC) e contou com o apoio de policiais civis da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Itajaí, Balneário Camboriú, Jaraguá do Sul e Blumenau.
Segundo o delegado Osnei Valdir de Oliveira, houve apreensão de uma arma de fogo, aproximadamente R$ 12 mil e cerca de 800 kg de carne imprópria para o consumo humano. Além disso, foi realizada a interdição de uma churrascaria. A Vigilância Sanitária de Itajaí foi acionada para acompanhar a ação.
Carne imprópria para consumo era servida em churrascaria
As investigações iniciaram em outubro de 2020, após a Polícia Civil ser comunicada acerca de furtos de carne com data de validade vencida. A suspeita era de que os crimes eram praticados por funcionários da empresa responsável pela coleta de despojos de carnes (restos de carne bovina, suína e de frangos), além de ossos e de carnes com data de validade vencida.
Os representantes da empresa informaram que os produtos eram impróprios para o consumo humano. Eles deveriam ser encaminhados para a matriz, na cidade de Tubarão, para serem processados e transformados em matéria-prima para biodiesel e ração animal. Contudo, devido ao volume desaparecido, surgiu a suspeita de que dois funcionários estariam desviando e revendendo os alimentos para estabelecimentos comerciais.
Com o aprofundamento das investigações, se descobriu que quatro funcionários da empresa são suspeitos de praticarem os furtos, e o receptador era um comerciante de Itajaí, proprietário de uma churrascaria. Ele contava com o auxílio de quatro funcionários para realizar o transporte de maneira dissimulada das carnes, armazenando na churrascaria e servindo aos clientes.
Alguns produtos estavam tão deteriorados que o próprio receptador reclamava estar podre, pois além de estar com data de validade vencida, eram transportados sem qualquer critério sanitário.
Ainda assim, a carne era servida no estabelecimento. Nas avaliações feitas em uma rede social, clientes do restaurante demonstravam insatisfação com os alimentos servidos, principalmente em relação ao mau cheiro da carne.
Tornozeleiras
Em razão da gravidade dos crimes, foi representado por diversas medidas cautelares, sendo expedidos mandados de busca e apreensão pela Justiça, assim como de suspensão da atividade econômica, além de monitoramento eletrônico dos indiciados mediante uso de tornozeleiras.
Os suspeitos estão sendo indiciados pela prática dos crimes de furto qualificado, receptação qualificada, crime contra a relação de consumo e associação criminosa, eis que os fatos vinham sendo praticados de forma reiterada.