Operação Integração mira caixeiros de PR e SC

Operação Integração mira caixeiros de PR e SC
Foto: Vinícius Antunes

Thursday, 03 August 2017

Nome foi dado em razão da união de esforços dos órgãos responsáveis pela segurança pública de Santa Catarina e do Paraná.

Aconteceu no início da tarde de quarta-feira (02/08) no auditório da Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ), em Florianópolis, a entrevista coletiva com detalhamento da Operação Integração, que resultou na prisão de 13 caixeiros que atuavam em Santa Catarina e no Paraná. As investigações começaram em fevereiro deste ano.

Os chamados "caixeiros" atuavam no Norte catarinense e em municípios paranaenses próximos à divisa com Santa Catarina, explodindo agências bancárias e caixas eletrônicos.

Na ocasião, o coordenador geral do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO) de Santa Catarina, promotor Alexandre Graziotin, acompanhado do secretário de Segurança Pública, César Augusto Grubba, e do coordenador do grupo regional de Joinville do GAECO, promotor Assis Kretzer, detalharam a operação para a imprensa.

Compondo a mesa da Força-Tarefa, também estiveram presentes o subcomandante Geral da Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC), coronel Carlos Alberto de Araújo Gomes Júnior (que responde interinamente pelo comando da corporação), o superintendente adjunto da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Admar Luciano Filho e o delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Artur Nitz.

Ao todo, na operação desta quarta-feira, foram cumpridos 33 mandados de busca e apreensão. As ações aconteceram em Camboriú (SC), Balneário Camboriú (SC), Itapema (SC), Navegantes (SC), Brusque (SC), Rio Negrinho (SC), Água Doce (SC), Calmon (SC), Fazenda Rio Grande (PR), Quitandinha (PR), Araucária (PR), Curitiba (PR), Pinhais (PR) e Tijucas do Sul (PR).

Durante o cumprimento dos mandados foram apreendidos diversos objetos, relacionados com os crimes investigados e que serão encaminhados ao Poder Judiciário. Os policiais apreenderam cinco pistolas e sete armas longas, além diversas munições. Também foram localizados cerca de 80 quilos de explosivos, encontrados na residência de um dos investigados, no município de Camboriú (SC).

A operação desta quarta-feira foi conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO) de Santa Catarina, juntamente com a Polícia Militar do Estado do Paraná, por meio do 17º BPM, de São José dos Pinhais, e apoio da Polícia Militar de Santa Catarina (BOPE, 15º BPM, de Caçador, Companhia de Porto União, 23º BPM, de São Bento do Sul, e 12º BPM, de Balneário Camboriú).

Início das investigações

A investigação teve início com uma ação do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) da PMSC, no município de Irineópolis (SC). Com base no relatório técnico operacional do BOPE, a Promotoria de Justiça de Porto União instaurou um procedimento investigatório criminal objetivando apurar a atuação dos caixeiros nos dois estados vizinhos.

“Tudo iniciou em Porto União, com base em um relatório do Bope da PMSC, em função de uma ocorrência atendida no dia 8 de fevereiro. Com isso, passamos a avaliar as diversas práticas que vinham sendo registradas no planalto catarinense e regiões fronteiriças com o Paraná”, comentou o promotor Assis Kretzer, do GAECO de Joinville.

“De fevereiro deste ano até o dia 1º de junho foram registradas 18 ações da quadrilha. Assim, nestes quatro meses tivemos mais de uma ação criminosa por semana”, comentou o promotor Alexandre Graziotin. “A quadrilha estava basicamente sediada na região de Curitiba com uma outra liderança em Santa Catarina”, completou.

Nominada de Integração, em razão da união de esforços dos órgãos responsáveis pela segurança pública de Santa Catarina e do Paraná que, em conjunto, conseguiram reduzir consideravelmente as ocorrências, que vinham sendo registradas. Assim, a operação pontua mais uma etapa concluída nas investigações e demonstra que os esforços durante toda a articulação foram positivos.

“O trabalho de inteligência foi fundamental. E esse modelo de troca de informações também foi importantíssimo para o sucesso das investigações. Cada instituição teve seu papel na resolução deste grande quebra-cabeças”, avaliou o coronel Araújo Gomes. “Informações de diferentes agências de inteligência, de forma integrada e em consonância, são o destaque desta missão”, frisou. “Mesmo que parecesse que nada vinha sendo feito, avançávamos. De forma coesa seguíamos na direção da apuração dos fatos”, colocou o oficial.

“Todos os estados possuem criminosos. Todos os estados possuem quadrilhas. Nós estamos fazendo a nossa parte”, enfatizou o secretário de Segurança Pública, César Augusto Grubba.

Histórico de algumas ocorrências:

• Roubo tentado ao Banco do Brasil em Irineópolis (SC): 08/02/2017, por volta de 1h30min;
• Roubo ao Banco Bradesco na cidade de Mandirituba (PR): madrugada do dia 21/02/2017;
• Roubo ao Banco Bradesco em Quitandinha (PR): 28/02/2017, por volta das 03h40;
• Roubo ao Banco do Brasil em Monte Castelo (SC): 16/03/2017, por volta das 3h;
• Roubo ao Banco Bradesco em Quitandinha (PR): 28/02/2017, por volta das 3h40;
• Roubo ao Banco Itaú em Quitandinha (PR): 29/03/2017, por volta das 4h da manhã;
• Roubo ao Banco do Brasil em Cruz Machado (PR): 04/05/2017, por volta das 3h;
• Tentativa de roubo as agências do Banco do Brasil e Bradesco em Rio dos Cedros (SC): madrugada do dia 09/05/2017;
• Roubo a agência do banco Bradesco e Caixa Econômica Federal na cidade de Otacílio Costa (SC): 12/05/2017, por volta das 3h45;
• Roubo a agência do Banco do Brasil na cidade de Janiópolis (PR): 01/06/2017, por volta da 3h30.

Apreensões

Várias armas e munições foram apreendidas durante o período de monitoramento do grupo criminoso. Do total, destaca-se um fuzil israelense AK-47 calibre 7.62mm, quatro fuzis calibre 5.56mm, uma espingarda calibre 12 e cinco pistolas calibre 9mm; mais de 2.000 munições de calibre 5.56mm e cerca de 400 projéteis de calibre 7.62mm; além dos 80 quilos de explosivos encontrados na manhã desta quarta-feira em Camboriú (SC).

Umas das características da organização criminosa era o nível de violência empregadas nas ações, tendo sido registradas três ocorrências com confronto policial, ocorridas em Quitandinha (PR), Canoinhas (SC) e Janiopólis (PR).

Texto: Rodrigo Costa


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