Travessia dos Lagos Andinos é retomada
Foto: DivulgaçãoMonday, 30 January 2023
O percurso fica entre Chile e Argentina.
A travessia entre dois dos destinos sul-americanos mais procurados pelos brasileiros está de volta.
De um lado, lagos, vulcões e povoados isolados. Do outro, chocolate, cerveja artesanal e turismo de aventura.
E no meio de tudo isso, os Andes.
Criada em 1913 pelo suíço Ricardo Roth, responsável pelo primeiro cruzamento com fins turísticos na região, a Travessia dos Lagos é uma viagem de sete etapas (lacustres e terrestres), com duração de até três dias, entre Puerto Varas (Chile) e San Carlos de Bariloche (Argentina).
Suspensos desde o começo da pandemia da Covid-19, em 2020, os roteiros foram retomados, recentemente, como mais uma opção de turismo de verão nessa região ainda (equivocadamente) associada à temporada de neve.
As viagens, que podem ser combinadas com trechos de ônibus e até de bicicleta, são realizadas durante todo o ano.
“Nosso intuito para a temporada de dias mais quentes é preparar as atrações para que os turistas também nos visitem fora do inverno”, destaca Gastón Burlon, secretário de Turismo de Bariloche.
Travessia dos Lagos Andinos
A viagem começa em Porto Varas, a mais de mil quilômetros de Santiago, e segue em ritmo lento por uma sequência única de paisagens que inclui lagos de origem glacial, vulcões adormecidos de picos nevados, florestas centenárias, povoados minúsculos e bosques de lengas e alerces andinos.
E, para ver tudo isso do seu melhor modo, os passageiros contam com 10 diferentes opções de roteiros.
O mais popular deles, porém não recomendado pelo Viagem em Pauta, são as travessias express (a partir de US$ 230), do Chile para a Argentina ou no sentido inverso, uma viagem puxada que passa por três lagos conectados por quatro trajetos terrestres, entre Puerto Varas no Chile a Bariloche.
É cansativo, é exigente e num ritmo apressado que pouco combina com a Patagônia.
Por isso, a dica é contratar as travessias de dois dias (a partir de US$ 340) com pernoite em Peulla, uma vila ecológica isolada com apenas 120 habitantes.
Com a primeira tarde livre, após navegação no Lago Llanquihue e visita ao Parque Nacional Vicente Pérez Rosales, é possível realizar excursões (pagas a parte) como arvorismo e safári em 4×4.
No dia seguinte, o roteiro segue por terra até Puerto Frías, onde o passageiro cruza a fronteira entre os dois países. Dali, navega-se o Lago Frías até Puerto Alegre, para então voltar a subir em um ônibus em direção a Puerto Blest.
A última etapa é a bela navegação no Lago Nahuel Huapi, com destino a Puerto Pañuelo, na península Llao Llao, já em Bariloche, cujo trajeto até a cidade é feito em ônibus.
Sobre duas rodas
Uma das novidades do Cruce Andino é o trajeto que combina deslocamentos de barco com pedaladas (a partir de US$ 331).
Em dois dias, o viajante pedala 120 quilômetros por ciclovias pavimentadas e de terra.
No primeiro dia, são percorridos 93 quilômetros (64 km entre Puerto Varas e Petrohué, e outros 29 km, de Peulla a Puerto Fría), intercalados com uma navegação no lago Todos los Santos.
O dia seguinte é mais leve e inclui dois pedais fáceis, um de 3 km de Puerto Alegre a Puerto Blest, e uma última perna de 25 km, entre Puerto Pañuelo e o Centro de Bariloche, além de uma navegação pelo lago Nahuel Huapi.
Na Argentina
Os três quilômetros de navegação entre o Lago Frías e a pequena Puerto Alegre é um dos trechos mais bonitos de toda a viagem.
Dali, o viajante faz uma travessia terrestre de 10 minutos até Puerto Blest.
Dali, a última navegação do roteiro segue pelo Lago Nahuel Huapi, com destino a Puerto Pañuelo, já em Bariloche.
A sétima etapa da viagem é feita em ônibus, uma viagem curta de 25 km até Bariloche, destino patagônico que dispensa apresentações demoradas.
No Chile
Os Saltos del Petrohué é a primeira parada cenográfica de quem começa a travessia pelo lado chileno.
Localizados no Parque Nacional Vicente Pérez Rosales, esses saltos são alimentados pelas fortes águas de tons azulados do rio Petrohué sobre formações de rochas vulcânicas.
Outro destaque do trecho chileno é Peulla, a duas horas de navegação do Lago Todos Los Santos. É nesse povoado sem acesso terrestre que os viajantes pernoitam nos roteiros de dois dias.
Porém, o ponto máximo do roteiro são as vistas de vulcões imponentes como os chilenos Puntiagudo e o vizinho Osorno, ícone natural entre Porto Montt e Porto Vara.