Por que Amsterdã está adotando medidas contra o turismo

Por que Amsterdã está adotando medidas contra o turismo
Foto: Divulgação

Tuesday, 07 August 2018

Cidade diminuiu possibilidade de alugar imóveis por AirBnb e está restringindo lojas que vendem queijo gourmet e comida com Nutella.

Junto com seu dinheiro, turistas podem trazer problemas para as populações das áreas que visitam em massa. O encarecimento de moradia, serviços e produtos é um fenômeno comum em qualquer cidade que recebe um grande número de pessoas dispostas a gastar mais do que o normal enquanto aproveitam suas férias. Isso é bom para donos de negócios, mas não necessariamente para outras parcelas da população. O impacto do turismo em massa é amplificado nos casos em que a população local é pequena quando comparada com o interesse que a área em que ela vive suscita.

Esse é o caso da capital da Holanda, Amsterdã: com cerca de 821 mil habitantes, a cidade recebe cerca de 17 milhões de turistas por ano. A maior parte deles se concentra em seu centro histórico, conhecido por canais, ruas tomadas por bicicletas e o Distrito da Luz Vermelha, uma área em que a prostituição legalizada e regulamentada pode ocorrer. Em um discurso de outubro de 2016, o prefeito Eberhard van der Laan afirmou que temia que o turismo recebesse um poderoso impulso em breve: “há 300 milhões de pessoas da China e da Índia se preparando para viajar pelo mundo.

Nós temos pressa em fazer algo”. Nos últimos anos a cidade vem tomando uma série de medidas que buscam diminuir o impacto do turismo em massa.

Ações antiturismo em Amsterdã

NÃO ÀS ‘BEER BIKES’

Em junho de 2016, Amsterdã baniu as chamadas “beer bikes” em seu centro. Tratam-se de bicicletas com múltiplos bancos em que várias pessoas podem pedalar ao mesmo tempo. Em passeios oferecidos a turistas em diversos pontos do mundo é possível pedalar e tomar cerveja ao mesmo tempo. A popularidade do serviço vinha, no entanto, congestionando as ruas estreitas do centro de Amsterdã com grupos de bêbados festivos.

MENOS AIRBNB

Em dezembro de 2016 a cidade fechou um acordo com o serviço de aluguel de casas AirBnb para que usuários pudessem alugar seus imóveis por no máximo 60 dias por ano. Ele passou a vigorar em janeiro de 2017, e dura até ao menos dezembro de 2018. De janeiro a julho de 2017 o número de imóveis da cidade listados no serviço caiu de 15.075 para 13.689.

MENOS PROPAGANDA

Em 2017, a verba do escritório de marketing de Amsterdã, responsável por promover a cidade a turistas internacionais, foi diminuída em 20% quando comparada com 2016. O valor foi de € 4,6 milhões para € 3,8 milhões.

MENOS BICICLETAS

Em agosto de 2017, Amsterdã anunciou que iria banir serviços de bicicletas em que é possível alugá-las via aplicativos e estacioná-las pela cidade. O turismo ciclístico vinha congestionando o centro da cidade que tem na bicicleta um de seus principais meios de transporte.

MENOS NEGÓCIOS TURÍSTICOS

Uma série de regras aprovadas no início de outubro de 2017 está barrando a abertura no centro da cidade de diversos negócios voltados especialmente a turistas: lojas de bicicletas, agências de passagens, lojas de queijo gourmet e lojas de comidas com Nutella, que vinham proliferando por Amsterdã.


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Redação

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