Turismo corporativo despenca quase 90%
Foto: DivulgaçãoFriday, 28 August 2020
O turismo corporativo despencou durante a pandemia, com o cancelamento de eventos e viagens de negócios.
O turismo corporativo despencou durante a pandemia, com o cancelamento de eventos e viagens de negócios. Estimativas do setor apontam queda de quase 90% nas vendas, considerando atividades como transporte, hospedagem e seguro. Diferentemente do turismo de lazer, a modalidade deve ter mais dificuldade para se recuperar com as empresas empregando mais reuniões online e com menos recursos para bancar viagens.
O impacto deve ser sentido especialmente por São Paulo, cidade em que quase metade do turismo é a negócios –46,7%, segundo o Observatório de Turismo e Eventos da Prefeitura– e que concentra 42% desse mercado no Brasil. O reflexo deve ser ainda maior sobre o faturamento com a atividade, dado que turistas corporativos gastam cerca de três vezes mais do que quem viaja a lazer, afirma Eduardo Murad, presidente da Alagev (Associação Latino Americana de Gestores de Eventos e Viagens Corporativas).
"[O ano de] 2020 é um ano praticamente perdido, foi para o limbo essa área de eventos", avalia Vinicius Lummertz, secretário de Turismo do estado de São Paulo.
As feiras de negócio na capital paulista geram R$ 7,3 bilhões em receita por ano para o município e atraem 8,8 milhões de visitantes, segundo a secretaria.
Dados do segundo trimestre, período em que vigoraram restrições mais rígidas, mostram uma queda de 94,7% na venda de passagens domésticas, 74,4% na reserva de hotéis e 98,4% nos pacotes de viagens em comparação com o segundo trimestre do ano passado. Em conjunto, o total de vendas do setor caiu 90%.
Os números foram levantados pela Abracorp (Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas) em pesquisa com suas 27 associadas. O presidente da entidade, Gervasio Tanabe, estima uma perda da ordem de R$ 5 bilhões só das agências nesse período –quase metade do faturamento do setor em 2019, estimado em R$ 12 bilhões.
Edmar Bull, presidente da agência Copastur, especializada na gestão de viagens corporativas, afirma que em março a atividade foi completamente paralisada. Desde então, vem retomando aos poucos, mas num patamar ainda baixo. Em julho, a empresa faturou cerca de um terço da cifra alcançada em julho de 2019. Para o final do ano, o empresário espera chegar a 50% do faturamento.