Turismo opera com 26% da capacidade de geração de receita

Turismo opera com 26% da capacidade de geração de receita
Foto: Reprodução

Friday, 16 October 2020

Nos seis meses de crise sanitária até agosto, segundo os economistas da entidade, o turismo deixou de receber cerca de R$ 207,85 bilhões em receitas.

Mesmo com a flexibilização crescente do isolamento social em todo o país, o turismo brasileiro opera com somente 26% de sua capacidade mensal de geração de receitas, informou em relatório a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Nos seis meses de crise sanitária até agosto, segundo os economistas da entidade, o turismo deixou de receber cerca de R$ 207,85 bilhões em receitas. Por isso, a entidade prevê que o faturamento real do setor encolha 36,7% em 2020, com perspectiva de volta ao nível pré-pandemia só no terceiro trimestre de 2023.

O segmento é um dos que integram a cesta do setor de serviços pesquisada pelo IBGE. Para todo o setor, a perda de receita estimada pela CNC em 2020 é bem menor, de 5,9%.

“O turismo ainda anda com o freio de mão puxado. Em abril, no auge da pandemia, o segmento deixou de faturar R$ 37 bilhões, o que é 90% da receita normal do setor. De lá para cá, as perdas têm sido cada vez menos acentuadas. Mas, ainda assim, em agosto, somaram R$ 29 bilhões de reais e, em setembro, R$ 24,9 bilhões", afirma o economista da CNC Fábio Bentes.

Para chegar às estimativas, a CNC cruza informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o segmento, além de séries históricas referentes aos fluxos de passageiros e aeronaves nos 16 principais aeroportos do país.

Os Estados de São Paulo (com perda de R$ 74,86 bilhões em receita) e do Rio de Janeiro (perda de R$ 30,33 bilhões), principais focos da covid-19 no Brasil, concentram mais da metade (50,6%) do prejuízo nacional, afirma a CNC. Essas perdas se refletem, por exemplo, nas quedas de fluxo de passageiros nos principais aeroportos: ao fim de agosto, os aeroportos de Congonhas e Galeão registravam quedas de 87% e 84%, respectivamente, no fluxo de aeronaves na comparação com o volume de tráfego anterior à covid-19.

A CNC destacou, no relatório, que a crise no turismo nos últimos meses levou o setor a registrar saldo negativo de 49,9 mil estabelecimentos que tinham empregados entre março e agosto. Nesses seis meses de pandemia, teriam sido eliminados 481,3 mil postos formais de trabalho segundo as estatísticas mais recentes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), apurado mensalmente pelo Ministério da Economia.

Isso significou retração de 13,8% no contingente de pessoas ocupadas nessas atividades com cortes mais intensos nos segmentos de agências de viagens (-26,1% ou corte de 18,5 mil pessoas) e de hotéis, pousadas e similares (-23,4% ou -79,9 mil). Na média de todos os setores da economia, a variação relativa no estoque de pessoas formalmente ocupadas cedeu 3,0%.


>> SOBRE O AUTOR

Redação

>> COMPARTILHE