Turistas querem fim da caça esportiva na África do Sul

Turistas querem fim da caça esportiva na África do Sul
Foto: Divulgação

Thursday, 11 August 2022

Diferentemente da África do Sul, a caça esportiva ou comercial de animais silvestres é proibida no Brasil há mais de meio século.

Os turistas que visitam a África do Sul querem o fim da caça esportiva no destino e são a favor de experiências amigáveis à vida silvestre. A informação vem da Pesquisa de Proteção Animal, que ouviu mais de dez mil pessoas de todo o mundo, incluindo 1.091 brasileiros.

O levantamento revelou uma oposição forte à atividade, além de posturas favoráveis ao financiamento da proteção da fauna silvestre do país por meio de alternativas não letais, tais como o turismo responsável: 84% dos turistas internacionais concordam que o governo sul-africano deve priorizar o turismo amigo da vida silvestre ao invés da caça esportiva. Sete em cada dez cidadãos sul-africanos, por sua vez, concordam que seu país seria um destino turístico mais atraente se proibisse a caça esportiva.

Foram ouvidas 10.900 pessoas de todo o mundo, incluindo visitantes estrangeiros dos principais mercados emissores de turistas à África do Sul residentes fora do continente africano (Reino Unido, Estados Unidos, Alemanha, França, Holanda, Austrália, Índia, Brasil e Canadá), além dos próprios cidadãos sul-africanos. As entrevistas foram conduzidas pela agência londrina Flood & Partners em abril. Ao todo, 1.091 brasileiros foram consultados, quantidade semelhante às dos demais estrangeiros.

CAÇA ESPORTIVA DESESTIMULA BRASILEIROS A IREM À ÁFRICA

Os brasileiros entrevistados na pesquisa consideram a caça um fator que os desestimula a fazer uma visita ao destino. Entretanto, são mais tolerantes com a ideia quando a caça é dissimulada como política de conservação. Por outro lado, entendem que as práticas amigáveis à vida silvestre devem realmente ser priorizadas, com maior predileção para santuários de animais, observação distanciada e expedições fotográficas. Já as alternativas que envolvem sofrimento animal são rechaçadas como caminhos para o desenvolvimento.

75% dos brasileiros ouvidos acreditam que adoção da caça esportiva como um pilar da economia e da política de conservação da África do Sul prejudicará a reputação do país como líder de conservação na África, uma proporção bastante alinhada com o número global (74%). Os brasileiros foram um pouco mais aderentes à essa afirmação do que os australianos (74%), canadenses (73%), indianos (70%), e muito mais favoráveis do que os americanos (68%).

Diferentemente da África do Sul, a caça esportiva ou comercial de animais silvestres é proibida no Brasil há mais de meio século e essa postura certamente se reflete nas repostas dadas pelos brasileiros no estudo.

A FORÇA DO TURISMO DE NATUREZA

As constatações do estudo servem para as reflexões de outros países com potencial de desenvolvimento para o turismo de natureza, como é o caso do Brasil.

Para se ter uma ideia da importância do segmento, segundo dados do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC, The Economic Impact of Global Wildlife Tourism 2019), em 2018 o Turismo de vida silvestre contribuiu diretamente com US$ 120 bilhões para as economias ao redor do globo. Adicionando os benefícios indiretos da cadeia de suprimentos, a contribuição total do nicho salta para US$ 343,6 bilhões ou 3,9% do PIB global de viagens e Turismo no ano.


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