Alguns usam o termo “seria cômico se não fosse trágico”, mas o prefeito Napoleão Bernardes mostra – vanguardista – que ultrapassou o limite do tragicômico indo às raias do desesperador misturado com uma completa falta de direcionamento em um governo que só conseguiu o pouco que tem na base da troca de gentilezas e da prestação de favores (sejam do tipo que forem).

Um artigo do site da Prefeitura Municipal de Blumenau denominado ‘Começam os trabalhos para o conserto do telhado do Terminal Fonte’ demonstra um total desprezo do Executivo municipal tanto pela opinião pública quanto pelo bem-estar dos contribuintes.

A matéria afirma que na madrugada de ontem a empresa anunciada em Fevereiro vai começar a consertar o telhado do Terminal da Fonte, quebrado em 2016 – ou seja, há quase dois anos. O prazo de entrega é 30 de abril, de forma que a beneficiada com a obra terá um mês e meio para fazer o que o prefeito passou quase meio mandato fazendo-de-conta que não existia (isso, claro, se formos acreditar que essa obra será realmente entregue no prazo).

O curioso é que o conserto executado pela Di Fatto Indústria e Comércio Ltda. vai custar à outorga da concessão do transporte coletivo a bagatela de R$ 153 mil.

Considerando que esse montante seria o suficiente para comprar três carros populares zero quilômetro, uma casa com dois dormitórios no Passo Manso, 21 lotes de ações da JBS, encher uma piscina com 40 mil litros de gasolina ou comprar 5,5 mil Big Macs (com bebidas)... ou os materiais do telhado do terminal são muito especiais (diferente dos usados em uma residência, para se ter uma ideia bem por cima sobre valores) ou a empresa não fez uma pesquisa coerente de preço. O que não espanta quando vemos placas que anunciam que a implementação de um binário vai custar ‘meros’ R$ 18 milhões.

Para uma cidade onde o pífio discurso político atual é ‘priorizar o uso do transporte coletivo’ enquanto se diminuem escalas e horários ao passo que se aumenta a tarifa e a prefeitura cria desnecessários corredores de ônibus (como o da Rua Itajaí que contemplará apenas UMA linha que sai a cada meia hora) parece mais que o interesse é enriquecer a Piracicabana – agora Blumob (já beneficiada com propagandas pagas com dinheiro público) – do que realmente auxiliar as pessoas a terem meios mais rápidos, seguros e confortáveis de locomoção urbana.

Enquanto o teatro de bonecos acontece, o prefeito finge que governa e o blumenauense finge que acredita, torçamos para que realmente consertem logo o telhado p orque vacas não voam, mas a chuva que está se aproximando definitivamente não é de água.