Jean Kuhlmann também tem seu nome citado na Lava jato
Foto: DivulgaçãoThursday, 13 April 2017
Um dia depois de escrevermos sobre a estranheza de o nome do deputado não constar na lista anterior, ele surge em uma nova. Mas talvez ainda falte mais de uma dezena de nomes...
Na matéria de ontem sobre a citação dos blumenauenses na ‘Lava Jato’ mencionamos ser ilógico que apenas Ana Paula Lima (PT) e Napoleão Bernardes (PSDB) tenham sido citados por delatores ligados à Odebrecht Ambiental, antiga Foz do Brasil, afinal a alegação de que a empresa teria “apostado nos candidatos mais fortes” só teria sentido se também envolvesse Jean Kuhlmann (PSD), que também concorreu no pleito de 2012.
E eis que hoje mais uma lista de investigados foi liberada e nela constava o nome de Kuhlmann.
Sob o pseudônimo de ‘alemão’ (Bernardes era o ‘conquistador’ e Ana Paula a ‘musa’), o deputado está ainda mais enrolado do que os outros quatro citados: a acusação afirma que ele teria recebido R$ 65,6 mil em 2004, quando ainda era vereador, para facilitar para facilitar o recebimento de faturas de serviços prestados e não pagos. Posteriormente, em 2012, ele teria também recebido a quantia de R$ 500 mil, assim como supostamente seus concorrentes.
O ex-diretor da Foz do Brasil, Paulo Roberto Welzel, diz que o pagamento teria sido feito diretamente no diretório do então candidato, o que levanta uma pergunta: se Dalírio teria sido o intermediário de Napoleão e Décio o de Ana Paula, quem foi o intermediário de Jean?
A pergunta é importante principalmente porque qualquer um que já tenha visto uma campanha de perto sabe que o candidato deve se concentrar em pedir votos e delegar as outras tarefas a pessoas de confiança, muitas vezes sequer sabendo o que estão fazendo. Não que ignorar seja uma decisão inteligente, mas acontece com frequência.
A dúvida que fica agora é quando (não ‘se’) o nome do ex-prefeito João Paulo Kleinübing aparecerá. Porque foi em seu mandato que a Foz do Brasil se instalou na cidade e se todas essas pessoas estão sendo acusadas, espera-se que a maior autoridade da cidade na época também seja. Ou ele sabia o que acontecia menos do que os vereadores? Improvável.
Mas, é de vital importância salientar, mesmo que/quando ele for citado – e a mesma coisa vale para a citação de Jean Kuhlmann, Napoleão Bernardes, Décio Lima, Ana Paula Lima, Dalírio Beber, Raimundo Colombo, Fernando Henrique Cardoso, Lula, Dilma Rousseff e outros – são apenas citações. Acusações ainda a serem investigadas. Até que um juiz diga o contrário, essas pessoas são inocentes e chamar de “ladrão” ou “corrupto” sem provas, além de incorrer em um crime, demonstra um nítido desconhecimento do processo judicial.
Você está indignado com a política brasileira? Que coincidência... eu também. Então vamos esperar que os tribunais decidam quem é inocente e quem é culpado para, só então, chamar de ladrão, corrupto e, principalmente, nunca mais votar nessa pessoa (o que é mais importante).
Até que isso aconteça, por favor, tenhamos bom senso.