Na quarta-feira da semana passada, tivemos o prazer de conversar com o prefeito Egídio Ferrari (PL) em seu gabinete, no terceiro andar da Prefeitura Municipal de Blumenau.

No cargo a pouco mais de um mês, Ferrari já tem conquistado a aprovação de milhares de pessoas com ações duras pelo bem-estar da sociedade, demonstrando trabalho duro desde o seu primeiro dia e já encontrando diversos dilemas que deve enfrentar, como uma herança questionável advinda do seu antecessor.

Nesse artigo, vamos conhecer um pouco mais sobre ele.

Aos 15 anos, estudando no Colégio Pedro II, ele foi trabalhar no escritório de advocacia de um amigo de sua família, que era seu padrinho de crisma. Desde então ele sempre quis ser policial e, percebendo que o delegado é o chefe da Polícia Civil, decidiu qual área do Direito iria querer cursar. Formou-se em 2006, passando no concurso para delegado em 2008.

Seu trabalho sempre se destacou nas forças policiais, tendo atuado em diversas cidades. Em 2020, com o surgimento a legislação que versa sobre maus tratos contra animais (Lei Sansão), ele era o delegado chefe da admirável Divisão de Investigação Criminal (DIC) e fez um flagrante contra o agressor de um cão que tomou uma repercussão estadual. Esse seria o primeiro grande passo de um policial amante dos animais que usaria sua vasta experiência combatendo traficantes, lavadores de dinheiro, assassinos e seqüestradores para garantir a segurança dos bichinhos.

Em 2021, ele foi realocado para fora de Blumenau, causando enorme comoção pública. Uma decisão meramente política tomada por pessoas que já temiam o tamanho de sua popularidade e saldo eleitoral. Assim ele percebeu a necessidade de entrar para a Política com a finalidade de ter força para defender o que achava correto.

Assim, em 2022, ele foi eleito, pela primeira vez, como deputado estadual com 34.912 votos.

Dentro da Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc) ele continuou seu trabalho sério e focado dedicando seus esforços à sua paixão pela Causa Animal e à sua especialidade, que é a Segurança Pública.

Dois anos no Legislativo Estadual mostram sua competência e rápido amadurecimento político, o qualificando com velocidade jamais antes vista na região como candidato a prefeito de Blumenau. Cargo que disputou em 2024, logrando o feito inédito de ser o primeiro prefeito eleito no primeiro turno (sem vir de uma reeleição). Foram incríveis 95.075 votos, agora pelo PL.

Na cadeira do prefeito, sentiu o poder ativo de ser capaz de executar aquilo que julga mais apropriado sem as longas consultas e discussões passivas que o Legislativo tem.

O primeiro desafio que encontrou foi buscar um equilíbrio entre a decisão política e a decisão técnica, entendo que muitas vezes uma ação pautada totalmente em lógica e objetividade pode desagradar alguns humores políticos. Ele ressalta: “e a gente também conseguir distinguir o que são os pedidos particulares, pessoais e o que é coletivo”.

Apesar de estar a poucos dias na mais importante função política eletiva da cidade, quando perguntado sobre qual legado gostaria de deixar, ele afirma: “eu quero ser lembrado como um prefeito que trabalhou muito”, citando o projeto de criação da Guarda Municipal Armada. Ou seja, uma smart city segura, com policiamento, monitoramento e iluminação.

Mas para garantir a perfeita segurança dos blumenauenses, talvez o maior desafio de Egídio seja tomar decisões que estejam plenamente dentro das suas competências legais e respeitem todas as decisões constitucionais com suas respectivas deliberações judiciais.

No caso da abordagem exemplar que têm limpado a cidade de indigestos mendigos (para ler o artigo, por favor, clique aqui... vai valer a pena) ele cita a dificuldade criada por determinações e julgados de tribunais superiores (como o STF) coagindo o trabalho do Executivo na garantia da segurança, onde os direitos de uns valem mais do que os direitos de outros. Lembrando que, em seu testemunho, o prefeito revela que quase todos os moradores de rua abordados tinham passagem pela polícia. “Um direito individual prevalecendo sobre o coletivo”, em suas exatas palavras.

Como exemplo da importância em reprimir a marginalidade, ele cita seu histórico em Gaspar, para onde os criminosos evitavam ir, durante sua época como delegado no local, por saber que a tolerância com o crime seria 'zero' e que as reprimendas seriam duras.

Ele cita o sistema de monitoramento por câmeras de Brusque como um grande exemplo, já que a cidade não tem grandes crimes e o único roubo a uma relojoaria foi elucidado em pouquíssimo tempo, resultado na prisão de todos os envolvidos.  Ação precisa que executou enquanto atuava frente à Polícia Civil brusquense.

Egídio Ferrari é um homem inteligente, carismático e bastante acessível. A defesa que faz de suas convicções é honesta e, embora apaixonada, é conscienciosa e pautada tanto por objetividade quanto por fatos. Meses atrás ele era uma grande promessa e agora tem se mostrado superior às melhores expectativas.

Muitos desafios ainda surgirão e ainda há muito a aprender, mas quando os primeiros escândalos explodiram no seu colo – como o caso da Risotolândia – ele foi transparente como todos, tendo boa vontade e demonstrando a coisa mais fundamental da política: um bom caráter.