As eleições passaram. Novos políticos foram escolhidos. Apenas um vereador de Blumenau conseguiu se eleger. E o ano segue. Para alguns, como se nada tivesse acontecido.

O vereador Marcos da Rosa (DEM) está na reta final como presidente da Câmara, uma vez que não é permitida pelo Regimento Interno a reeleição. Alguns dos presidentes da Mesa Diretora se tornaram vice-prefeitos, como Jovino Cardoso (PROS) e Mario Hildebrandt (PSB). Outros nunca mais se elegeram, como José Gaspar Clereci (MDB) e Vanderlei de Oliveira (PT).

Para o atual prefeito, Hildebrandt, ter um presidente do Legislativo que esteja alinhado com as ações do Executivo é fundamental e pode ser decisivo para sua reeleição em 2020 (mesmo que essa possa ser tida, por enquanto, quase como certa). Mas precaução nunca fez mal.

Findado o primeiro turno aventou-se que Gilson de Souza (PSD), Alexandre Caminha (PSD), Marcelo Lanzarin (MDB) e Alexandre Matias (PSDB) poderiam disputar o cargo, bem como o atual vice-presidente Almir Vieira (PP), que ficou muito conhecido por ter sido um dos vereadores envolvidos em suposta compra de votos em investigação paralela à Operação Tapete Negro (caso você tenha esquecido).

Almir é um exemplo do político antigo que citamos em matéria anterior (link aqui) que não entendeu que o eleitor não o quer mais. Lanzarin tem experiência e Gilson tem carisma. Caminha mostrou não ter estômago para ser homem público ao se aborrecer por ser criticado pelas besteiras que ele mesmo disse, chegando a pedir para amigos parlamentares que solicitassem que retirássemos uma matéria do ar (essa aqui). Com isso, apesar de ter um ótimo trabalho, mostrou que lhe falta o traquejo para ser pessoa pública e que, assim como os políticos da velha guarda, tenta se beneficiar (ou diminuir seu prejuízo público, no caso, censurando algo) nos bastidores. Matias foi um líder fraco do fraco governo Napoleão, mas tem se mostrado um líder bastante razoável do promissor governo Hildebrandt.

O cenário mais propício é que a disputa fique entre Almir e Matias. O novo contra o velho.

Enquanto o presidente da Casa, Marcos da Rosa, se contorce para tentar explicar que um possível aumento no salário dos ministros do STF não afetará os parlamentares locais, há vereadores prometendo que se forem eleitos presidentes irão votar o reajuste salarial da Câmara Municipal e até o aumento de cadeiras no Plenário, que hoje são 15. Obviamente essa pauta interessa a muitos deles que sabem, mesmo que não admitam, que não conseguirão se reeleger em 2020 (a não ser que o número de cadeiras para a vereança aumente).

Outro ponto é que a Câmara tem discutido buscar sede própria. Alguns consideram alugar outro prédio, outros consideram construir e até comprar um já construído. Mas, não... não, Caminha... a Acib não vai doar nenhum prédio para vocês. Chega disso!

Jorge Leandro Lobe, o presidente do Observatório Social de Blumenau (Osblu), diz que a entidade se preocupa com a transparência nesse processo. Ele entregou à Mesa Diretora um ofício contendo nove solicitações (das quais sete envolvem transparência e duas se referem à melhor utilização possível do dinheiro público). A Câmara diz concordar com os pedidos.

O portal transparência do Legislativo é muito bom. Esperamos que, em breve, lá também conste um espaço destinado a mostrar tudo sobre os movimentos em direção à nova sede.